21 de junho de 2007

YouTube ganha versão brasileira

Site do YouTube Brasileiro: YouTubeBR

Marcelo Nóbrega

O Google anunciará, na terça-feira, dia 19, a abertura do YouTube Brasil. A versão nacional do maior site de vídeos está no conjunto de lançamentos locais do serviço em quase 20 países.

A informação é de uma fonte do mercado de internet brasileiro, que não quis se identificar. Coincidência ou não, o Google convocou a imprensa especializada para um Press Day, no mesmo dia 19, na sede da empresa, em São Paulo. O evento terá a presença do presidente mundial do Google, Eric Schmidt, por videoconferência.

As investidas locais do YouTube foram reveladas primeiro pelo co-fundador do site, Steve Chen, em Taiwan, no domingo. O executivo, que nasceu na ilha, sugeriu a criação de uma versão em mandarim para o serviço. Um dia depois, o jornal francês Los Echos publicou rumores de um YouTube França e Alemanha, a ser lançado no mesmo dia.

Além de apresentar o YouTube em português, derrubando a barreira para os internautas que não dominam o inglês, a versão brasileira oferecerá um espaço local privilegiado para parcerias com as empresas locais de conteúdo televisivo. Nas últimas semanas, a TV Globo mostrou-se chateada com o vazamento de trechos da minisérie Pedra do Reino para a internet e um vídeo da apresentadora Cristiane Pelajo, do Jornal da Globo, se maquiando. De acordo com blogs que cobrem o mercado televisivo, a líder em audiência no país chegou a conversar com o Google para um possível bloqueio do conteúdo da emissora no site, incluindo os trechos de programação enviados pelos internautas.

O YouTube Brasil abre com conteúdo privado, mas as parcerias ainda são desconhecidas. A versão nacional deve servir como porta de entrada para usuários brasileiros, com foco na criação local. Todos os vídeos do serviço continuam a ser acessíveis ao cruzar este portal.

Procurado pelo JB, o Google Brasil repetiu a declaração oficial que acompanha a chegada de qualquer novo serviço: "Não comentamos especulações e produtos ainda não lançados", disse Carlos Ximenes, diretor de comunicação da filial.

A localização do serviço abre espaço para propostas inovadoras, como a que acontece entre a rede de TV CNN e o YouTube nos Estados Unidos. As empresas anunciaram ontem uma parceria inédita para transmissão conjunta dos debates presidenciais republicano e democrata, com participação do internauta. Vídeos com perguntas enviados pelos usuários do YouTube serão apresentados, ao vivo, aos pré-candidatos. Serão usadas entre 20 e 30 perguntas com 30 segundos no máximo. A CNN propõe usar também discussões que estejam acontecendo na hora do debate em blogs e fóruns. David Bohrman, vice-presidente da CNN, avisou que não aceitará "baixaria ou agressões". "Mas espero que as perguntas sejam criativas na forma e no conteúdo, com o uso de música e vídeos", disse.

- Não vemos a parceria como publicidade para a CNN, mas como um serviço público - definiu Jon Klein, presidente da emissora.

A versão brasileira chega em compasso com o início da exploração do YouTube como plataforma publicitária. Chen e o co-fundador Chad Hurley declararam no começo do mês que os estudos para colocar anúncios nos vídeos estão avançados. Os usuários que enviam os filmes terão de escolher se desejam anúncios em suas produções e receberão uma parte da renda com a publicidade por cada vez que for clicada por um internauta. Os fundadores estimam que cada anúncio terá entre cinco e 10 segundos.

O YouTube Brasil também aproximará o serviço da Justiça, reduzindo as chances de episódios como o do filme da modelo Daniella Cicarelli e o namorado numa praia da Espanha. O vídeo, gravado por um paparazzo, mostrou momentos íntimos do casal e causou o bloqueio por um dia do YouTube nas redes da Telefonica e da Brasil Telecom, atingindo milhões de internautas brasileiros. O mesmo já aconteceu em países com controle efetivo da internet, como Turquia, Tailândia e China. O efeito será parecido com o da chegada da versão brasileira do Orkut e a abertura do escritório local do Google, que apresentou ferramentas para denúncias mais rápidas de abusos no site de redes sociais.

O Brasil é o segundo país que mais acessa o YouTube, depois dos Estados Unidos. De acordo com a Alexa, empresa que monitoração de tráfego na internet, 5,1% dos usuários do serviço são brasileiros. Em maio deste ano, o Ibope/NetRatings calculou em 5 milhões os internautas nacionais que visitaram o YouTube pelo menos uma vez.

Fonte: JB Online

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